Benefícios: a Dieta Mediterrânea
Antes de falarmos dos benefícios do Azeite e da Dieta Mediterrânea, vamos abordar a composição do azeite para um melhor entendimento do assunto.
Composição
A composição do azeite varia segundo a zona de produção, do tipo da azeitona, da higiene no processo produtivo, do clima e do sistema de processamento para obtenção do óleo.
O azeite de oliva é constituído (entre 98% a 99%) principalmente por triglicerídeos, em sua maioria, ácidos graxos e o restante de sua composição (1% e 2%) é formada por substancias antioxidantes, vitaminas, hidrocarbonetos e por substancias responsáveis pelas características sensoriais (gosto e perfume) do azeite.
Explicando de forma bem simples, o principal ácido graxo presente no azeite é o ácido oleico, conhecido também como ômega 9, e responsável por contribuir na diminuição do mau colesterol (LDL) e a conservar o bom colesterol (HDL), prevenindo doenças cardíacas, além de ser fundamental para o crescimento e mineralização do esqueleto.
O ácido graxo, em quantidade menor, também está presente em outros alimentos, como a castanha e o abacate. No entanto o azeite é considerado uma das maiores fontes deste ácido na dieta humana.
Além do ácido oleico, estão presentes na composição do azeite de oliva:
os hidrocarbonetos como o esqualeno que favorece a eliminação de toxinas e a proteção da membrana celular;
os antioxidantes como os fenóis e os polifenóis, que além do seu poder antioxidante, podem inibir o crescimento celular de cânceres de pele, mama, pulmão e intestino. Os polifenóis também são responsáveis por algumas características gustativa do azeite como o sabor de amargo e picante;
vitaminas como a A, D, K e a E. O consumo de ácido oleico também reduz a ação dos radicais livres, inclusive pela presença da vitamina E, também considerada um agente antioxidante.
Contribuem para a formação da cor de um azeite de oliva um grande número de pigmentos como clorofila, xantofila, caroteno, e carotenoides. Teremos um azeite verde quando há predominância da clorofila, enquanto uma maior quantidade de caroteno ou carotenoides fará com que o azeite tenha uma cor amarela mais ou menos intensa. O aroma e o sabor percebido pelo olfato e pela boca são determinados pelos diversos compostos voláteis aromáticos e pelos polifenóis. Esta substancia deriva de compostos presentes na azeitona que durante o processo se torna parcialmente solúvel em óleo.
Benefícios do azeite
O azeite de oliva é altamente digestivo e é considerada a gordura melhor tolerada pelo nosso organismo;
Regula a função intestinal;
Protege a mucosa do estômago;
Produz um efeito de regeneração da pele;
Estimula o crescimento e favorece a absorção de cálcio, ajudando a evitar a osteoporose;
Contribui para prevenção e/ou redução dos sintomas da artrite e do reumatismo;
Ajuda na prevenção de doenças cardiovasculares;
Fortalece o sistema imunológico;
Permite elevada absorção de vitamina, particularmente da vitamina E;
Proporciona um envelhecimento saudável e protege contra o declínio de funções cognitivas relativas à idade e a doença de Alzheimer;
Benefícios do Azeite na Gravidez e na Infância
Considerado como um grande aliado na gestação, no desenvolvimento do feto e na infância, o azeite é a gordura que mais se assemelha ao leite materno tanto pela sua composição (presença de ácido oleico e linoleico) como também pela sua fácil digestão, reduzindo a acidez gástrica, tão comum na gestação, protegendo a mucosa do estômago e promovendo uma melhor absorção de nutrientes como o cálcio, indispensável às grávidas.
Sua função benéfica na conservação do bom colesterol ajuda a prevenir doenças cardíacas também em crianças, já que a obesidade infantil se inicia em idade pediátrica, fenômeno este em perigoso e constante crescimento.
Dieta Mediterrânea
O termo dieta mediterrânea foi criado pelo médico americano Ancel Keys, com o livro “How to eat well and stay well, the mediterranean way” (Como alimentar-se bem e sentir-se bem, à maneira mediterrânea). Ao fim da segunda Guerra Mundial, Ancel, ao desembarcar em Salerno constatou que a região apresentava uma taxa de mortalidade de doenças cardiovasculares muito inferior em relação à população americana.
Além disso, as “doenças do progresso” (arteriosclerose, hipertensão, diabetes, doenças digestivas, obesidade, etc.) se manifestavam em um percentual muito baixo. Acreditava-se que este fenômeno estava relacionado aos hábitos alimentares, hipótese essa que foi confirmada após estudos realizados por Ancel que associava a dieta a doenças cardíacas.
Conhecido a séculos
Sabedoria culinária que atravessou os séculos, estes hábitos alimentares tiveram origem na história e na tradição e se mantiveram ao longo dos anos devido às condições culturais e econômicas, uma vez que pobreza era difusa e a escassez de alimentos era grande. O que Ancel chamou de Dieta Mediterrânea na verdade era o modo de vida do povo daquela região.
A Dieta Mediterrânea chega até nós com uma dieta saudável, simples, tão variada e completa. Pão, massa, legumes, leite e queijo. Azeite, frutas, verduras, hortaliças, peixe e vinho em quantidade moderada, são os pratos mais representativos da tradição alimentar mediterrânea, uma tradição que, mesmo na maioria dos países industrializados, é agora apresentada como um modelo ideal de alimentação.
Sua importância
Na Dieta Mediterrânea o azeite de oliva ocupa um posto de primeira importância pois é a principal fonte de lipideos e energia (9Kcal/g) utilizada pelo nosso corpo para a realização de funções vitais. É uma dieta rica em carboidratos, vitaminas, minerais e fibras, com alta concentração de ácidos graxos monoinsaturados, derivados do azeite de oliva e pobre em ácidos graxos saturados, carnes vermelhas, gordura de origem animal, produtos industrializados e doces.
A pirâmide alimentar
Na pirâmide acima, alimentos que contém amido como massa, pão, batata, podem ser consumidos diariamente, porém de forma moderada, assim como frutas, verdura e leite. Em direção ao vértice da pirâmide estão os alimentos que devem ser consumidos em quantidades semanais menores como carne, ovos e doces.
Azeite e Beleza
O azeite de oliva pode ser considerado um verdadeiro elixir de beleza, basta pensar na quantidade de cosméticos que possuem o azeite como o ingrediente principal. Rico em substancias como vitamina E, o azeite protege a pele do envelhecimento, evita a formação de estrias e rugas, controla a produção de melanina e previne o aparecimento das manchas de envelhecimento.
Utilização
Utilizado sozinho ou em combinações com hidratante, o azeite pode ser usado para purificar a pele, eliminando impurezas ou facilitando a sua remoção, melhorando a sua elasticidade e evitando o ressecamento. Também pode ser usado nos cabelos nutrindo, amaciando, dando brilho e regenerando a fibra capilar além de ser perfeito para massagem, pois tonifica e amacia a pele.
* Referências Bibliográficas:
Bomtempo, Marcio “Azeite de Oliva – Sabor, Estética e Saúde” – Editora Alaúde, 2008
Percussi, Luciano “Azeite, História, Produtores, Receitas” – Editora Senac, 2006
http://www.oliveoil.eu/index.php
http://www.internationaloliveoil.org
Fonte: http://www.atelierdoazeite.com.br/index.php/infoliva02.html
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