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Envelhecer é um erro

“Considerando que todos envelhecem, passamos à questão que realmente importa:
“Precisamos envelhecer?”

Apesar de todos serem vítimas do envelhecimento, ninguém provou até hoje que ele é necessário. A grande vantagem do corpo mecânico quântico é que ele não envelhece, uma qualidade que pertence a todo nível quântico da natureza. Os prótons e nêutrons não envelhecem, nem a eletricidade ou a gravidade.

A vida, que consiste dessas partículas e forças fundamentais, é extremamente duradoura. Seu ADN tem permanecido quase o mesmo há pelo menos 600 milhões de anos. Um caranguejo se arrastando pela lama exposta na maré baixa não tem nenhuma semelhança com um dinossauro e nem esse se parece com um gorila, mas do ponto de vista do ADN, mais vantajoso, não passam de pequenas variações de um tema interminável.

No que se refere a seus elos químicos, o ADN não é colado com mais firmeza que uma forma ou uma partícula de pólen. Você poderia pensar que esse punhado de átomos meio soltos se desfaria com o tempo, como uma tapeçaria antiga.

Sem dúvida, as forças que se opõem à sobrevivência do ADN são imensas: o cansaço e o desgaste físico, mutações casuais destrutivas, a invasão de micróbios concorrentes e, acima de tudo, a entropia, tendência natural do universo físico a diminuir a atividade até parar, como um relógio sem corda.

Todavia o ADN tem sobrevivido a todas elas. Altas montanhas se transformaram em pequenos morros durante a existência do ADN e ainda assim ele não se desgastou nem um milésimo de milímetro. A cola que agrega o corpo mecânico quântico é excessivamente forte. Se a inteligência intrínseca do ADN é tão poderosa, desafiando o tempo e os elementos há tantas eras, o envelhecimento não parece, de forma alguma, ser uma coisa natural. O Maharishi Ayurveda aceita esse princípio.

Considerando que todos envelhecem, passamos à questão que realmente importa: “Precisamos envelhecer?” Os sábios antigos, famosos por sua longevidade, consideravam o envelhecimento um “erro do intelecto” (em sânscrito, pragya aparadh).Esse erro consiste em alguém se identificar apenas com o corpo físico.

Para prolongar a vida e corrigir o erro do intelecto é necessário, em vez disso, identificar-se com o corpo mecânico quântico. Se você aprofundar sua mente até o nível em que ela funciona além da idade, seu corpo entrará em contato com essa mesma qualidade. Ele envelhecerá mais vagarosamente, pois a mente o orientará do nível mais profundo.

Vendo-se como alguém livre do envelhecimento, você vai ficar livre de fato. Esse é um princípio espantosamente simples, mas ainda não é reconhecido pela principal corrente da medicina ocidental. No entanto, é válido, como vamos descobrir.

ENVELHECIMENTO VERSUS CURA

O envelhecimento parece tão complicado que é até difícil defini-lo exatamente. Uma célula típica do fígado executa quinhentas funções diferentes, tendo quinhentas oportunidades, portanto, de se enganar. Todas essas possibilidades constituem as formas de envelhecer.

Por outro lado, a noção de que o envelhecimento é complexo pode ser errônea. Apesar de milhares de ondas, a maré oceânica é um fenômeno único, provocado por uma única força.

Esse mesmo princípio também é verdadeiro ao tratarmos do envelhecimento humano, apesar de podermos observá-lo como centenas de ondas: dores diversas, novas rugas ao redor dos olhos e marcas de riso mais profundas nos cantos da boca, um aumento ligeiro, mas inexorável, da pressão arterial, uma pequena perda da visão e da audição, assim como outras inconveniências de menor importância.

O Ayurveda nos ensina a não ficarmos impressionados com esse espetáculo triste e complexo. O envelhecimento é apenas uma coisa: a perda da inteligência. Como vimos, a cura é a capacidade da mente de se reparar.

O envelhecimento é o oposto, o esquecimento gradual do modo certo de fazer as coisas depois que estão erradas. Observe as células de um bebê recém-nascido, cheias de vigor e não afetadas pelo tempo. Se você compará-las em microscópio com as células de um adulto idoso, o contraste será espantoso. O tecido velho é muito feio, as células parecem gastas e esgotadas.

Afinal, trata-se da visão microscópica de um organismo idoso. Exibe manchas escuras esparsas e detritos acumulados onde o tecido macio tornou-se fibroso. Essa mudança drástica parece provocada pelo uso e pelo desgaste, mas o ADN que controla as funções das células é virtualmente invulnerável, como acabamos de ver.

Portanto, somos levados a concluir que está ocorrendo algum dano invisível. Por exemplo, uma artéria começa a vida com aparência perfeitamente lisa, branca e brilhante, como um pedaço de tubo cirúrgico de borracha ao sair da fábrica. Mas esse tubo é, na verdade, uma comunidade de células que se reuniram com a tarefa comum de formar uma artéria, conhecendo precisamente quais as sequências necessárias.

Antes de se reunirem nesse objetivo especializado, cada célula poderia ter acabado como parte do cérebro, do coração ou do estômago; todas as possibilidades existiam, já que cada célula contém o mesmo ADN.

No entanto a evolução determinou que essas células executassem apenas uma tarefa, ser uma artéria. Apesar de ser um trabalho especializado, não é simples. O tubo de borracha fica estendido passivamente e deixa o líquido fluir em seu interior. Suas artérias, ao contrário, reagem de maneira ativa e inteligente a tudo que acontece a você.

Aprendemos nos compêndios de biologia que as células se dividem repetidamente (cerca de cinqüenta vezes) até seu fim. Mas essa visão é drasticamente simplificada e até falsa. Uma célula tem experiências e recorda o que lhe acontece. Pode perder sua capacidade se os elos com o conhecimento inato forem danificados ou destruídos.

Do mesmo modo, uma célula poderia se manter sempre jovem sem sofrer qualquer decadência se seu estoque completo de inteligência fosse preservado. Para uma célula, a diferença entre a vida e a morte está em sua memória, ou smriti.

Se você mantiver a distância necessária, verá que a memória perfeita tornaria a célula imortal, porque não pode haver morte enquanto a renovação prossegue sem falhas ou enganos.

A ciência nunca provou que o ADN é limitado em sua capacidade de manter uma célula em bom funcionamento. Cada artéria de seu corpo contém o mesmo ADN que formou os seres humanos da Idade da Pedra, 50 mil anos atrás.

Se o ADN consegue fazer artérias perfeitas há quinhentos séculos, cada uma com milhões de células perfeitas operando, não existe uma razão intrínseca para que seu ADN trabalhe mal depois de sessenta anos.

Mas o efeito aparece e em menos tempo. Aos doze anos suas artérias sofrem uma mudança bem definida. Começam a surgir irregularidades na forma de pequenas faixas de gordura amarela.

Em nível microscópico, descobrimos que essas faixas se formam por causa de mínimas rachaduras, quase invisíveis, nas paredes internas da artéria. Um biólogo especializado pode examinar uma célula dessa artéria e reconhecer os sinais indiscutíveis de envelhecimento. Durante as cinco décadas seguintes os sinais se tornam óbvios até para um leigo.

Se você assistisse a uma cirurgia do tórax e tocasse em algum ponto de uma artéria aorta envelhecida, que é a principal via de acesso do sangue ao coração, sentiria que é rija (freqüentemente tão dura quanto um osso, se a arteriosclerose está avançada). Por dentro, está cheia de bolsões de gordura, as chamadas placas. Não será difícil perceber que ocorreu um erro terrível.

Como é possível diminuir a distância entre a realidade da imortalidade do ADN e a realidade da vida breve do ser humano? De fato, as duas estão muito próximas. Não existe nenhuma distância física entre nós e nosso ADN. A única distância existe em um plano que é físico, o do conhecimento.

Como já demonstrei claramente, o Maharishi Ayurveda afasta a idéia da célula como um aglomerado físico de moléculas e adota, em vez disso, a de que ela é um aglomerado de conhecimento ou saber.

O conhecimento é dinâmico. Não é um conjunto inerte, mas assume forma viva, com a constante interação dos três elementos.

Para que o conhecimento seja vivo, é necessário um agente conhecedor, um objeto do saber e o processo de conhecer que une os dois. As palavras védicas para essa trindade básica são: rishi (conhecedor), devata (processo de conhecer) e chhandas (conhecimento). Juntas, formam a totalidade do saber, ou sambita, o estado individualizado da percepção pura.

A mente humana, portanto, é uma criação tríplice em uma só. O corpo humano requer os mesmos ingredientes que se repetem em diferentes níveis da fisiologia. Você é um conhecedor, seu corpo é o objeto que é formado por seu conhecimento e as funções celulares, que ocorrem aos milhares em seu organismo, são o processo de adquirir saber.

O ADN também é um conhecedor, mas em escala diferente, parcelando seu conhecimento em forma bioquímica. Em outra escala, um glóbulo vermelho do sangue é um conhecedor, sabendo como ligar-se aos átomos de oxigênio para ser transportado a outras células do corpo.

Esse triplo modelo de conhecimento nos permite observar como uma coisa, no caso nossa inteligência interior, se diversifica em incontáveis combinações de outras.

Seus 50 trilhões de células, reunidos em uma comunidade por centenas de enzimas, proteínas, peptídeos, aminoácidos etc., representam uma demonstração
incrível do um se transformando em muitos.

No entanto, há o perigo de perder-se nessa transformação. O “erro do intelecto” ocorre quando a mente esquece sua verdadeira fonte, a inteligência única fluindo em cada célula, e fica irremediavelmente perdida nas inúmeras outras.

Para provar que esse ponto de vista não é apenas filosófico, vamos relembrar algumas experiências renovadoras que apresentam uma solução espantosamente simples do processo de envelhecimento.

Em 1978, uma equipe de pesquisadores chegou à notável descoberta de que a Meditação Transcendental retarda o processo do envelhecimento. O estudo foi dirigido pelo dr. R. Keith Wallace, fisiologista e diretor do Departamento de Graduados em Neurociências da Maharishi International University.

Wallace estudou oitenta e quatro praticantes de meditação que estavam com 53 anos de idade, dividindo-os em dois grupos, de acordo com sua regularidade. Um grupo meditava por mais de cinco anos e o outro menos.

No processo de envelhecimento, a idade cronológica é apenas uma das medidas e não muito acurada, porque as pessoas sofrem mudanças variadas com o passar do tempo. Os médicos, portanto, costumam recorrer a uma segunda medida, a chamada idade biológica, que mede o verdadeiro índice de envelhecimento das células de alguém.

Dois moços saudáveis de vinte anos parecem quase idênticos se compararmos apenas o coração, o fígado, a pele, a visão de cada um. Porém, depois da maturidade, duas pessoas não envelhecem do mesmo modo.

Aos 60 anos, apresentam diferenças drásticas, uma sofrendo de artrite e a outra do coração, uma sendo míope e a outra não, e assim por diante. Isso significa que o envelhecimento biológico, mesmo que em teoria seja uma medida acurada, é muito difícil de ser definido sem o exame de cada órgão do corpo.

Felizmente, existem atalhos aceitos e empregados pelos fisiologistas. Wallace usou três medidas de envelhecimento que mudam de maneira muito uniforme na população em geral: visão mais próxima, acuidade auditiva e pressão sangüínea sistólica (dos vasos sangüíneos quando o coração pulsa).

Esses três processos são conhecidos pela deterioração uniforme com o tempo, sendo confiáveis para dar a idade biológica aproximada em uma determinada idade cronológica.

Seguiram-se outros estudos na Inglaterra que confirmaram a pesquisa. Em um grupo, os adeptos da meditação eram sete anos mais moços na idade biológica.

Quando as mesmas pessoas foram novamente examinadas um ano e meio depois, tinham rejuvenescido um ano e meio, o que demonstrou que cada ano de meditação diminui um na idade biológica.
Se essas descobertas forem mais largamente confirmadas, a MT será o único sistema mente-corpo a causar esse feito.

Em 1986, o dr. Jay Glaser, médico pesquisador com longa prática em meditação, decidiu estudar uma das ocorrências químicas naturais em nosso organismo que podem ter alguma ligação com a longevidade.

Ele começou a medir o nível de um hormônio esteróide chamado DHEA (deidroepian drosterona) nos adeptos de MT. Apesar das moléculas de DHEA serem comuns na corrente sanguínea, sendo centenas de vezes mais freqüentes que os hormônios masculino e feminino, sua função ainda é misteriosa.

Uma pesquisa recente verificou, no entanto, que o DHEA atinge o nível mais elevado aproximadamente aos 25 anos de idade da pessoa e declina constantemente até os 70, quando existem apenas 5 por cento.

O entusiasmo sobre esse hormônio cresceu apenas nos anos 80, quando foi injetado em altas doses em ratos de laboratório.
Ao contrário dos hormônios testados anteriormente, o DHEA mostrou notáveis propriedades contra o envelhecimento.

Os ratos velhos ficaram com aparência rejuvenescida, vigor renovado e até o pelo voltou a ficar cheio e lustroso; o câncer em fase inicial desapareceu, tanto em tumores que tinham surgindo naturalmente quanto nos provocados; os animais obesos voltaram ao peso normal; os que sofriam de diabetes melhoraram drasticamente.

Se o DHEA causar apenas parte desse efeito em pessoas, pode ser o hormônio que os cientistas estão procurando para combater a velhice. Ao contrário de pesquisas anteriores, Glaser não demonstrou interesse em extrair e vender o DHEA como uma pílula da juventude; talvez seja um projeto demorado por várias razões, inclusive efeitos colaterais do hormônio a longo prazo e a necessidade de aplicação constante de grandes doses.
Em vez disso, Glaser ficou intrigado pela produção natural do DHEA.

Ele examinou 328 praticantes de meditação e comparou seus níveis de DHEA com 1462 pessoas que não meditavam. (Para ser preciso, ele procurou o DHEAS, sulfato de deidroepiandrosterona, intimamente relacionado). Todos os que se submeteram ao teste foram catalogados de acordo com a idade e o sexo.

Nos grupos femininos, os níveis de DHEA eram bem mais elevados entre as mulheres que praticavam a meditação; o mesmo aconteceu com cada oito entre onze homens.

Como os níveis mais elevados de DHEA aparecem entre as pessoas mais moças, Glaser usou esse fato como prova de que a idade biológica, entre as examinadas, diminuía com a prática da MT.

Vale a pena salientar que as maiores diferenças surgiram nas pessoas mais idosas. Os homens com mais de 45 anos que meditavam tinham 23 por cento mais DHEA e as mulheres 47 por cento.

Isso ganha uma importância especial, pois o índice elevado de DHEA foi relacionado com a proteção contra câncer na mama.

Glaser descobriu que os praticantes de meditação mais velhos tinham a mesma quantidade de DHEA que outras pessoas cinco a dez anos mais jovens. Esse dado impressionante mostrou-se independente de alimentação, exercícios, consumo de álcool e do peso dos participantes.

Fonte: Saúde Perfeita, Deepak Chopra, Editora Best Seller, pp. 212-220.
Autor: Deepak Chopra

1 Comentário

  • Paula Siqueira Em 23/02/2012 00:31

    Adorei o site!
    Muito lindo e clean. Parabéns!
    Gostei muito da matéria sobre Envelhecer.
    Obrigada!!!
    Paula.

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